Deuteronômio 4 a 11 // a Juízes 6 e 7

Introdução e contextualização

Depois de se tornar um povo numeroso no Egito, vem a escravidão que os leva a clamar por libertação, Deus os ouve e envia Moisés e Arão e executa seu juízo e glorifica seu nome em Faraó.

Partindo do Egito Deus começa a formar um povo exclusivo seu, que seriam diferenciados por adorar um único e verdadeiro Deus, sua cultura e costumes seriam diferentes de todos outros povos, com isso vem a lei dada por Deus a Moisés para que a mentalidade fosse transformada e nascesse uma nova nação, com uma nova cultura surgisse. 

Israel estava sendo gerada como Estado.

Durante a peregrinação no deserto havia um ponto que Deus tratava com seu povo recorrentemente, o desejo que Ele tinha de estar no meio de seu povo, o complexo sistema de sacrifícios e detalhes da lei tinham o fim de dar o mínimo acesso do povo a Deus, com isso Deus dá a direção de se construir um tabernáculo onde pudesse habitar em meio ao seu povo e para que Sua glória os acompanhassem. 

Guiados pelo deserto, houve inúmeros episódios de desobediência e rebelião por parte do povo, o processo de largar tudo o que sabiam para aprender tudo que Deus ensinava foi penoso, com a perda da promessa por toda uma geração, inclusive para Moisés.

Em Deuteronômio, já encontramos um Moisés avançado em dias e que seria recolhido, sabendo apenas que veria a terra de Canaã do alto do monte, mesmo tendo suplicado a Deus que pudesse entrar na terra, Deus não permitiu, mas ordenou que preparasse e encorajasse Josué. Sem inveja ou ciúme, Moisés se tornou um dos melhores mentores na Bíblia. Antes de entrar na terra prometida, Moisés começa a recontar a história vivida pela geração que morreu no deserto, lembrando a importância do temor e da obediência à Palavra. Era também o lembrete do quanto Deus os estava preparando para entrar na terra prometida. Trazendo alertas e relembrando consequências de um coração rebelde à Palavra, a condenação de seus pais, para um povo eleito que tinha a responsabilidade de ser chamado povo de Deus.

Deuteronômio 4

Exortando o povo a obediência sobre a seriedade dos mandamentos, Moisés agora expõe o quanto a Palavra pode levá-los a concretização da promessa, bem como usufruí-la de maneira sábia.

6 …guardem e cumpram essas leis, porque isto será a sabedoria e o entendimento de vocês aos olhos dos povos que, ouvindo todos esses estatutos, dirão: “De fato, este grande povo é gente sábia e inteligente.

A Palavra deve sempre nos diferenciar de todos os outros povos de maneira prática (atitudes) e em nossos pensamentos, nos tornar a luz que revela e não a pessoa nos holofotes.

A idolatria sempre será o principal empecilho para uma vida plena de comunhão com Deus, Moisés os faz lembrar desse mandamento, de não criarem ídolos, ídolos sempre oferecem às nossas vidas coisas boas e agradáveis, assim, Canaã sendo muito boa poderia fazê-los esquecer o Deus a quem serviam, por isso Moisés era tão preocupado em prepará-los para serem abençoados  – O quanto nos preparamos para vivermos promessas?

Vs. 29 De lá, vocês buscarão o Senhor, seu Deus, e o acharão, quando o buscarem de todo o coração e de toda a sua alma.

Moisés sempre entendeu que a transformação do homem interior, do coração, era a única maneira de ter uma busca sincera a Deus.

Vs. 41 – As cidades refúgio e a lei sobre assassinatos culposos e dolosos, nos lembra do quão é requerido daqueles que têm consciência do mal (o Espírito sobre toda carne, Joel 2 e  Rm1, nos torna indesculpáveis, o entendimento que Deus pôs a eternidade no coração do homem Ec 3) e o praticam mesmo assim.

Há refúgio no Senhor pelos pecado que cometemos sem intenção ou por ignorância, mas condenação para aqueles que ouvem e desprezam a Palavra, o alerta de Deus.

Paralelo com a história de Gideão

O meu povo perece porque lhe falta conhecimento. Os 6

Jz 2:10 Toda aquela geração também morreu e foi reunida aos seus pais. E, depois dela, se levantou uma nova geração, que não conhecia o Senhor, nem as obras que ele havia feito por Israel.

Em Juízes 6 vemos um povo que havia se esquecido de seu chamado, todas as direções dadas a por Deus haviam sido esquecidas, sem ordem (ordenanças) eram apenas um povo como outros ao redor, aderindo aos costumes e cultura pagã. As histórias e direções não haviam sido inculcadas nas crianças, não eram celebradas nas festas estabelecidas por Deus. Ao mesmo tempo denota a impossibilidade do homem de ter seu coração voltado para Deus, e como somos dependentes da misericórdia de Deus, e como essa misericórdia se manifesta a cada manhã.

Deus precisava voltar a ser o Jeová Nissi do seu povo, um povo que seria diferenciado pela Palavra.

Deuteronômio 5

Nesse capítulo Moisés começa a explicar a importância das leis (juridicamente e legislativamente) como deveriam aplicar em suas vidas de maneira prática.

5 Naquela ocasião, eu me coloquei entre o Senhor e vocês, para lhes anunciar a palavra do Senhor, porque vocês ficaram com medo do fogo e não subiram o monte

Esse temor do povo foi celebrado por Deus (vs29), mas ao mesmo tempo anunciava o quanto seria necessário outro libertador semelhante a ele, Moisés (Dt18).

A seguir são relembrados os Dez Mandamentos, que sempre foram a base de toda nação judaica em todos os aspectos: corpo, alma e espírito, sempre enfatizando os relacionamentos (com Deus e com os homens) revelando uma maneira de como viver em comunidade e comunhão.

1 – Nao terás outros deuses diante de mim.

2 – Não farás para ti imagem de escultura, encurvarás a elas nem as servirás.

3 – Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão.

4 – Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.

5- Honra a teu pai e a tua mãe.

6- Náo matarás.

7- Náo adulteraras

8 – Náo furtarás.

9 – Não dirás talso testemunho contra o teu próximo.

10 – Não cobice a mulher do seu próximo. Não deseje a casa do seu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao seu próximo.

22 – Mediador

Moisés era mediador do concerto / aliança / pacto, Cristo vem e se torna o mediador entre homens e Deus em uma nova aliança, e há não apenas uma experiência externa da glória de Deus, mas é Ele em nós (Cristo em nós, a esperança da glória – Não vivo eu, mas Cristo vive em mim), não é a glória de Deus em meio ao seu povo, mas em seu povo.

Deuteronômio 6

Moisés vem em uma sequência onde vai destacar o mandamento mais importante dado por Deus, o primeiro.

E a importância das instruções serem passadas adiante e nunca serem esquecidas nas futuras gerações.
Nos tempos de Gideão “cada um fazia o que parecia certo”(frase repetida 3x ou mais no livro de Juízes) não havia clamor e muito menos temor. 

5 Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força.

6 Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração.

7 Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se.

Tendo o primeiro mandamento claro em mente, a lógica vem para mais uma vez alertar sobre o foco e que o fundamento da adoração sempre deve ser o Senhor, Moisés sabia que os homens tinham a tendência a idolatrar um vida melhor e sem preocupações ou escassez, e que nessa busca, parte disso seria encontrada em Canaã e revelaria o quanto o bem do Senhor poderia se tornar os seus maiores ídolos.

12 tenham o cuidado de não esquecer o Senhor, que os tirou da terra do Egito, da casa da servidão.

Ao mesmo tempo havia o risco de adorar outros deuses que ofereciam coisas boas, ritos sexuais, prazer carnal, poder, riqueza e a aceitação de outros povos.

Lembrando do caso de Finéias que atravessa com sua lança um hebreu e uma midianita, e faz uma praga cessar (Nm 25), e recebe a promessa de ser sucessor do sacerdócio, nessa época era comum alguns povos ter suas mulheres usadas para cultos sensuais a baal (fertilidade). O costume da terra que perverteria Israel de todo ensino e sabedoria encontrados na Palavra.

Paralelo com a história de Gideão

Repetição leva ao aperfeiçoamento

O maior temor de Moisés, bem como o de Josué acontece, Israel havia esquecido totalmente o primeiro mandamento, se esqueceram de Deus, talvez muitos nem tivessem aprendido sobre os 10 mandamentos, e diferentemente de Moisés, quando Josué e toda aquela geração morre, com eles é esquecida a história do Deus de Israel, quando lemos o pentateuco vemos que Moisés escreve repetidas vezes a lei e as histórias (quantas vezes lemos e achamos cansativo Levíticos, Números), detalhando que tudo era conforme a Palavra do Senhor, esse cuidado de registrar e jamais se esquecer, deve nortear nossas vidas, nossos lares.

O povo nos tempos de Gideão, que clamava por um livramento dos midianitas e amalequitas, iria receber após muito tempo uma Palavra vinda de um profeta, que lembraria o Deus de seus antepassados.

Jz 6:8 o Senhor lhes enviou um profeta, que lhes disse: — Assim diz o Senhor, Deus de Israel: “Eu tirei vocês do Egito, da casa da servidão.

9 Eu os livrei das mãos dos egípcios e das mãos de todos os opressores. Eu os expulsei e dei a vocês a terra deles.

10 E disse: ‘Eu sou o Senhor, o Deus de vocês; não adorem os deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão morando.’ Mas vocês não deram ouvidos à minha voz.”

Essa Palavra começa a mudar a mentalidade de parte do povo.

Sem profecia o povo se corrompe (Pv29)

Deuteronômio 7

Fidelidade e Santidade

A fidelidade a Deus deveria ser preservada para que não entrassem no juízo do Senhor, o alerta e ensino para que não se relacionassem os povos cananeus.

Mesmo que muitos achem isso muito violento, o que estava em jogo aqui não era apenas a morte desses povos, mas o juízo de Deus contra suas práticas e a santificação, tanto que outras nações foram usadas por Deus para trazer juízo sobre Israel e suas práticas (idolatria, feitiçaria, rebeldia). 

Vs 12 – Obediência – No texto vemos uma correlação entre a obediência e bênção. 

Podemos confundir e desejar obedecer apenas pela bênção, mas podemos nos esquecer que obedecer deve ser um ato de alguém transformado e moldado pelo ES. Obedecer deve ser consequência de fé, confiança, amor, sabendo que a obediência nos faz amigos de Deus (Jo 15).

A obediência deve ser fruto de um relacionamento mais íntimo com Deus, a medida que mais o conhecemos, mas confiamos e temos a certeza da sua imutabilidade.

Paralelo com a história de Gideão

Um coração contrito e um espírito quebrantado o Senhor não rejeita.

Ainda que sejamos infiéis, Ele permanece fiel, poque não pode negar-se a si mesmo

Sendo Deus fiel até mil gerações, basta a nós, voltarmos a Deus como fez Gideão, ele quis conhecer mais a Deus, mesmo em meio as suas dúvidas e perguntas ele tinha desejo de conhecer a fidelidade e o poder do Deus que havia libertado Israel do Egito.

Ele queria crer na Palavra e dialogou para que isso acontecesse, o quanto expomos nossas limitações em sinceridade a Deus, nossas limitações, falta de fé ou convicções.

Dialogar e meditar com o Jeová Rafá é que vai conduzir a uma cura para nossas almas, e nos dá a graça de nos tornarmos obedientes. Obedientes a ponto de termos nossos nomes trocados para Jerubaal e cumprir o que está final do capítulo 7 de Deuteronômio.

Ele não veio para os sãos, mas para os doentes. Mt 9 – Se não admitirmos a nossa fraqueza, jamais seremos fortalecidos e curados nEle. 1Co1

Gideão se apresentava como o menor para o Senhor, isso bastava para se tornar o maior, para que a glória fosse dada a Deus e não aos homens, Deus sabe que o homem não tem estrutura e não foi feito para receber adoração, isso coloca o homem no centro de si mesmo e como Narciso morre pela sua própria beleza, dons, força e auto-suficiência.

Deuteronômio  8

2 Lembrem-se de todo o caminho pelo qual o Senhor, seu Deus, os guiou no deserto durante estes quarenta anos, para humilhar vocês, para pôr vocês à prova, para saber o que estava no coração de vocês, se guardariam ou não os seus mandamentos.

Nossa peregrinação nessa terra deve marcar nossas vidas, nos tornando humildes, empáticos, tementes a Deus e apaixonados e constrangidos pela Sua fidelidade e misericórdia. Nossa certeza é que nossas dores, são dores com propósito.

3 Ele humilhou vocês, ele os deixou passar fome, ele os sustentou com o maná, que vocês não conheciam e que nem os pais de vocês conheciam, para que vocês compreendessem que o ser humano não viverá só de pão, mas de tudo o que procede da boca do Senhor.

Há momentos em que perderemos, deixaremos de ter aquilo que nos aprisiona, e que tem potencial para nos afastar de Deus, ou nos conduzir a uma vida com Deus morna, coisas agradáveis, mas que gritam serem mais importantes que o próprio Deus. Para Israel era o Egito, o alimento, ao sermos provados precisamos nos apegar em confiança à Palavra e que somente ela é suficiente para nos sustentar em toda e qualquer situação.

4 Durante estes quarenta anos, as roupas que vocês usavam não envelheceram, e os seus pés não ficaram inchados.

5 Portanto, saibam em seu coração que, assim como um homem disciplina o seu filho, assim o Senhor, seu Deus, disciplina vocês.

Se focarmos apenas no que nos falta, nunca iremos apreciar o cuidado e os milagres que Deus realiza no caminho, todos eles devem ser celebrados.

17 — Portanto, não pensem: “A minha força e o poder do meu braço me conseguiram estas riquezas.”

18 Pelo contrário, lembrem-se do Senhor, seu Deus, porque é ele quem lhes dá força para conseguir riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu aos pais de vocês, como hoje se vê.

O maior inimigo se encontra em nós mesmos, o “eu”. Podemos cair no engano de achar que somos os realizadores e criamos um falso pensamento de uma vida independente de Deus. O alerta se justifica, a história nos mostra o quanto podemos nos tornar orgulhosos.

Paralelo com a história de Gideão

Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam, se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela

Não foi diferente com Gideão, por saber dessa dificuldade do homem reconhecer a Deus em todas as suas veredas Pv 3:6, era necessário que apenas 300 homens fossem para vencer a batalha contra os midianitas e todos soubessem que o livramento, a vitória e a justiça, vem do Senhor.

É sua natureza bondosa e misericordiosa que nos leva a ter uma vida abundante com a possibilidade do equilíbrio da nossa ansiedade. 

Deuteronômio 9

4 -… “É por causa da nossa justiça que o Senhor nos trouxe a esta terra para que tomemos posse dela.” Pelo contrário, é por causa da maldade dessas nações que o Senhor irá expulsá-las de diante de vocês.

5 Não é por causa da justiça de vocês, nem por causa da retidão do seu coração que vocês entrarão para possuir a terra dessas nações, mas o Senhor, o seu Deus, as expulsará de diante de vocês por causa da maldade delas e também para confirmar a palavra que o Senhor, o seu Deus, jurou aos seus pais, Abraão, Isaque e Jacó.

2 motivos dados por Deus para que eles entrassem naquela terra:

1 serem instrumentos de justiça contra a maldade daquelas nações

2 a aliança da parte de Deus feita com os patriarcas.

A lei, de maneira imatura, era entendida como receita de bolo, se faço A, alcanço B, mas a frustração vem porque você pode fazer tudo certo, e ficar enfermo, uns podem dizer meu filho é uma bênção porque eu fiz isso, o pai ao seu lado pode ter feito a mesma coisa, mas seu filho pode hoje estar envolvido com drogas… Moisés estava ensinando que eles entrariam em Canaã porque Ele é Deus, e não porque eram melhores, ou porque faziam tudo o que Deus pedia e tinham direito a algo. 

Por isso não é por obras… para que ninguém se glorie.

O grande problema é que todos queremos a receita de bolo:

  • 21 dicas para o casamento perfeito
  • 10 estratégias para ser bem sucedido
  • 5 nãos para uma vida leve

A receita muda, o tipo de bolo prometido também, mas o resultado pode ser diferente para cada um de nós. Não significa que o conteúdo e a instrução sejam descartáveis, mas talvez nosso alvo e foco sejam mudados e buscamos mais o casamento perfeito do que Aquele que estabeleceu o casamento, buscamos mais ser bem-sucedido, do que termos uma vida de oração. Prioridades – a lei e a Palavra precisavam ser prioridades, não como receita de bolo, mas como transformação de mente e coração. 

19 Porque eu estava com medo por causa da ira e do furor com que o Senhor tanto estava irado contra vocês, ao ponto de querer destruí-los. Porém mais uma vez o Senhor me ouviu.

Moisés como mediador e intercessor, entendia como ninguém, como o povo jamais deveria ter acesso, não havia mérito para entrar em Canaã, era graça e fidelidade de Deus acompanhando Israel em todo tempo.

Paralelo com a história de Gideão

Provai e vede que o Senhor é bom

A mesma graça e misericórdia que alcançou Gideão e o fez instrumento de justiça de Deus contra os midianitas, um povo maldoso, não porque eram melhores, mas havia uma aliança que Deus havia feito… como no Egito o tempo de opressão os fizeram clamar a Deus e isso revela na prática o quanto era importante passar por dores, para encontrar o caminho de paz.

Até então eles tinham uma receita de bolo:

  • semeamos 
  • colhemos
  • prosperamos

A realidade é que semeavam, colhiam, mas eram roubados e assolados pelos midianitas.

O sábado de descanso foi abandonado.

A colheita prometida por baal existia, assim como trabalhar te faz a promessa de ter um salário.

A diferença é a paz e a prosperidade que apenas o Jeová Shalom / Jirei pode dar.

Deuteronômio 10 

Moisés continua a história citando as segundas tábuas das leis, Arão foi recolhido e Eleazar seu filho assume o sumo sacerdócio. Havia uma sucessão geracional e transicional.

As duas sucessões foram dadas por Deus: Josué e Eleazar

Podemos citar inúmeros motivos para serem escolhidos, mas acima de tudo, foi a vontade de Deus que sempre houvesse sucessão no sumo sacerdócio.

Juntamente há a separação da tribo de Levi para carregar a arca.

8 — Por esse mesmo tempo, o Senhor separou a tribo de Levi para levar a arca da aliança do Senhor, para estar diante do Senhor, para o servir e para abençoar em seu nome até o dia de hoje.

9 Por isso Levi não tem parte nem herança com os seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como o Senhor, o Deus de vocês, lhe prometeu.

16 Portanto, circuncidem o coração de vocês e deixem de ser teimosos.

Moisés entendia que a circuncisão deveria ser apenas um sinal visível da marca que a Palavra deveria fazer no coração dos homens, o centro da vontade e principalmente das decisões humanas, uma mudança de cosmovisão.

Paralelo com a história de Gideão

A Palavra gera sucessores

Tudo o que vemos sobre a arca, a separação dos levitas não é citado em Juízes, a figura do sumo sacerdote, do profeta havia desaparecido, toda sucessão deixou de existir, não havia ofertas, nem sacrifícios diários, haviam deixado totalmente sua essência como povo de Deus.

A falta de prioridade na sucessão era tão grande que mesmo Gideão não quis governar ou deixar seus filhos governarem sobre o povo. O episódio com seu primogênito na batalha aponta para a imaturidade de seu filho Jz 8 – para aniquilar os 2 reis que foram capturados Zeba e Salmuna, ele não tira a espada, tem medo. Não se vê mais informações sobre Jéter.

Por isso Moisés direcionava a falar da Palavra Dt 6, e em todo lugar, no caminho, bem como Paulo nos fala a pregar a tempo e fora de tempo, Jesus nos comissionou a pregar o evangelho pelo caminho, isso sempre gera sucessores com um futuro alicerçado em Deus. 

Deuteronômio  11

As obras de Deus

8 — Portanto, guardem todos os mandamentos que hoje lhes ordeno, para que vocês sejam fortes, entrem e tomem posse da terra para onde estão indo,

9 e para que se prolonguem os seus dias na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar aos pais de vocês e à descendência deles, terra que mana leite e mel.

Guardar a Palavra sempre nos trará renovação de forças e ânimo para continuar lutando e expandindo o reino. Moisés encoraja o povo a considerar tudo que o que Deus havia feito sendo justo, livrando a Israel e sendo justo exterminando Coré, Datã e Abirão. Gerando temor a Deus sempre.

26 — Eis que hoje eu ponho diante de vocês a bênção e a maldição:

Existem escolhas diárias que devem nascer através e pela Palavra, decisões que devem ser tomadas.

Mais uma vez Moisés recorre a repetição:

18 — Ponham estas minhas palavras no seu coração e na sua alma. Amarrem-nas como sinal na mão, para que sejam por frontal entre os olhos.

19 Ensinem essas palavras aos seus filhos, falando delas quando estiverem sentados em casa, andando pelo caminho, quando se deitarem e quando se levantarem.

Paralelo com a história de Gideão

Traga a memória aquilo que te dá esperança

O fim melancólico da história de Gideão se dá porque ele não pensava na próxima geração, nos parece que aquilo que ele mais desejava havia se cumprido e por conta disso não encontrava um outro propósito ou motivação, não considerou tudo o que Deus havia feito

Não continuar conhecendo a Deus, o fez trazer uma estola sacerdotal para ser idolatrada e cair naquilo que sempre foi tão enfatizado por Deus, não ter ídolos:

24 E Gideão continuou: — Mas quero fazer um pedido: que cada um de vocês me dê as argolas do seu despojo. É que os midianitas tinham argolas de ouro, pois eram ismaelitas.

Mais uma vez o homem pega a vitória (despojo) que Deus dá, manipula e transforma em um ídolo(estola), a falta de conhecimento o faz cair em um erro infantil.

O que guarda nosso coração é o nosso desejo de conhecer a Deus cada vez mais, o que implica em maior temor e reverência. É discernir que água tenho buscado para minha sede, e que tipo de sede tenho buscado saciar Sl 42, Jo 4.

1 Jo 3:2 Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.

Maranata ora vem, Senhor Jesus!